Tecendo palavras com (desa) fios, resiliências e resistências: reflexões de uma mulher negra e docente acadêmica

Autores

  • Terezinha Oliveira Santos Universidade Federal do Oeste da Bahia

Palavras-chave:

Docentes negras, narrativa de si, trajetórias, educação, empoderamento

Resumo

Trata-se de um exercício de escrita no qual  busquei, ora através da auto-narrativa, ora através da leitura do cenário sociopolítico brasileiro, promover uma reflexão acerca do meu processo de descolonização mental, iniciado na sala de aula da Educação de Jovens e Adultos, em Salvador-Bahia, cidade mais negra fora de África. Atualmente, sou docente acadêmica, espaço ainda pouco acessado pelos corpos negros tanto dos estudantes quanto dos professores, apesar dos avanços advindos das políticas de ação afirmativa. Meu texto dialoga com autoras, a exemplo de Carolina Maria de Jesus, Lélia González, Glória Anzaldúa e Conceição Evaristo, mulheres que me ajudaram na tessitura das palavras, na cartografia de minhas lembranças e no meu resgate subjetivo como forma de empoderamento. Além dessas mulheres, outras vozes aqui se fazem presentes e podem-nos ajudar a refletir acerca das desigualdades educacionais, em suas intersecções de gênero, raça e classe social, ainda presentes em nosso cotidiano, mesmo após 131 anos de abolição da escravatura.

Biografia do Autor

  • Terezinha Oliveira Santos, Universidade Federal do Oeste da Bahia
    Doutora em Letras. Experiência como professor de Língua Portuguesa na Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos. Experiência de Formação de Professores de Língua Portuguesa do Ensino Básico. Membro da Comissão de Extensão Campus Barra / UFOB. Membro do Grupo de Pesquisa Corpus Possíveis-Educação, Cultura e Diferença (UFOB). Membro do Grupo de Pesquisa em Dinâmica Espacial e Desenvolvimento Territorial (GRUDET / UFOB). Professor Permanente de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais (PPGCHS / UFOB) -Área de Concentração: Sociedade e Cultura- localizada na Linha de Pesquisa 1- Linguagem, cultura e poder. Palavras-chave: Estudos estcoloniais; Formação de professores; Sustentabilidade; Diversidade cultural

Referências

Anzaldúa, G. 2000. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo, en: Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v. 8, n. 1, p. 229, jan. 2000. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/>. Acesso em: 18 ago. 2018.

Brito, A. E. C. de. 2017. A balança de Efa: uma análise quantitativa de raça e gênero sobre a inserção de negros e negras no magistério superior da UFBA (2016 2017), en: Revista Gênero. Disponível em: http://www.revistagenero.uff.br. Acesso em: 30 ago. 2018.

Fanon, F. 1968. Os condenados da terra. Tradução de José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Figueiredo, A. e Grosfoguel, R. 2009. Racismo à brasileira ou racismo sem racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário. Revista Sociedade e Cultura, Universidade Federal de Goiás, v.12, n.2, jul-dez, p.223-234.

Gomes, I e Marli, M. 2018. As cores da desigualdade. Retratos: Revista do IBGE. Rio de Janeiro, n.11, maio. p. 15-19

González, L. de A.1984. Racismo e sexismo na Cultura Brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje. Anpocs, p. 223-24 Disponível em: https://www.academia.edu/27681600. Acesso em: 28 ago. 2018.

Lorde, A.2009. The transformation of silence into language. In: ____, I am your sister: collected and unpublishied wrtings of Audre Lorde. Oxford: University Press 2009, p. 39-43.

Munanga, K.1988. Negritude: usos e sentidos. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica.

Santos, T. J. C. dos.2006. Professores universitários negros: uma conquista e um desafio a permanecer na posição conquistada. In: OLIVEIRA, Iolanda de (Org.). Cor e Magistério. Niterói: Quartet/ EDUFF, p. 157-183.

Silva, J. da. 2010. Doutoras professoras negras: o que nos dizem os indicadores oficiais, en: Perspectiva. Florianópolis, v. 28, n. 1, p. 19-36, jun. 2010. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva. Acesso em: 12 set. 2018.

Sotero, E. C. 2013. Transformação no acesso ao ensino superior brasileiro: algumas implicações para os diferentes grupos de cor e sexo, en: Mariana Mazzini et al. (Orgs.) .Dossiê mulheres negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. Brasília: Ipea, p. 35-53.

Souza, N. S. 1983.Tornar-se negro. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal.

Downloads

Publicado

2020-06-03

Como Citar

Tecendo palavras com (desa) fios, resiliências e resistências: reflexões de uma mulher negra e docente acadêmica. (2020). Estudios De Filosofía Práctica E Historia De Las Ideas, 22, 1-12. http://mail.qellqasqa.com.ar/ojs/index.php/estudios/article/view/363